A quem interessar, possa
Se a dura desgraça vier
Lembra-me da bela bossa
Antes da fossa qualquer
Lembra-me do abraço doce
Força-me a esquecer os medos
Que eu veja a beleza nos anéis
pelos quais me cortam os dedos
E quando baterem-me à porta
os quatro cavaleiros vis
Lembra-me da verdade
nos baús das mentes senis
Lembra-me o que vem no cálice
Do sangue, do vinho tinto
Que baste pra apaziguar no peito
A dor e a tristeza que sinto
E quando amada liberdade
Lançar suas correntes sobre nós
Falem-me as palavras banidas
por todos aqueles sem voz
Máscaras de morte incerta
Lápides de nomes negados
No desvanecer da existência
De volta ao armário, enterrados
Desaparecerei em flores
Mais um segredo velado
No último suspiro das cores
Lembra-te do meu legado