Há dias que em dias não comento
Atenta ao tormento
Que não quero viver
Há dias em que durmo pra esquecer
Há tempos em que o mais simples momento
Num instante de tortura
Faz meu corpo estremecer
Há tempos que desejo emudecer
Há sonhos que do sono fazem pranto
Que me tiram o pouco encanto
Do que pode ser sonhar
Há sonhos que não quero realizar
Há cantos que em sua melodia
Traduzem toda agonia
Que me pode machucar
Há cantos que não gosto de cantar
Há dores que de dores lancinantes
Fazem de poucos instantes
Eternidades pra chorar
Há dores que me podem estraçalhar
Manhãs em que acordo por acaso
E ando com tanto descaso
Que tento entender por que andar
Há dias em que não quero acordar
Um ar que fere o corpo em cada entrada
E minha boca machucada
Que pergunta por que respirar
Há dias que não quero nem pensar
Há dias em que choro tanto pranto
Que perco tantas lágrimas
Que pergunto por que continuar?
Há dias que já não quero chorar
Há dias que de olhar pra minha vida
Sinto e vejo tanta ferida
Que pergunto a Deus por que preciso ser
Há dias que simplesmente não quero viver