segunda-feira, 29 de outubro de 2007

An Angel That Cries

Tears on the green eyes
Pain behnd the beautifull face
Blood on her white clothes
She’s an angel that cries...

A soul lost on the past
Sadness on her steps
Whisper voices on her ears
She’s an angel that cries...

Death before her eyes
Spirits around her body
Screams and fear. The cold.
She’s an angel that cries...

The great blue of the sea
The stone, black and hight
The horizont, so distant
And she’s an angel that cries...

The eyes are close in fear
She’s drowining on deep darkness
Stop the sound of her heart
And she’s an angel that dies...

The light behind the shadows
The sounds behind the silence
The life behind the life
And she’s an angel that flies...

Sou

Sou medo...
Sou frieza...
Sou tristeza...

Sou resto do que um dia foi...
Sou mazela da humanidade...
Sou maldade...

Sou vítima de mim...
Sou meu próprio assassino...
Sou lástima...

Sou destruição...
Sou destruída...
Sou lágrima...

Sou pó...
Sou cinzas...
Sou dor...

Sou maldita...
Condenada...
Fim do amor...

Sou sangue derramado...
Sou vida tirada...
Sou amargura...

Sou anjo caído...
Sou asa arrancada...
Sou loucura...

Sou céu enegrecido...
Sou dia nublado...
Sou tempestade...

Sou sonho perdido...
Sou ser iludido...
Sou perversidade...

Sou infelicidade...
Sou sombra da vida...
Sou morte...
Sou ilusão...

Sou insanidade...
Sou maledicência....
Por conveniência
Sou corpo estendido no chão...

Sou máquina humana
Perfeita criatura
De um Deus que nunca existiu...

Sou julgamento
Sou castigo
Sou sobra do que partiu...

Sou despresível
Sou descartável
Sou tudo o que sobra da vida

Sou erva daninha
Sou mal incurável
Sou doce inocência perdida

Sou violência
Sou guerra
Sou inconstitucional

Sou impertinência
Inconveniência
Encarnação de todo o mal

Sou triste lembrança...
Sou perda recente...
Sou aquela a quem chamam de louca...

Sou tudo o que resta
Deste mundo que não presta
E pra ele sou desgraça pouca...

domingo, 28 de outubro de 2007

O Último

Quando eu morrer
Me enterre de pé
Deitada, de lado
Faça o que bem quiser

Divida meu corpo em pedaços
Deita meu corpo ao mar
Dá meu sangue a meus inimigos
Doa-me a quem precisar

Só não me faça mausoléus
Nem de madeira nem de pedra
Não quero lápide nem quero cruz
Não quero nada que o tempo quebra

Quero música em meu velório
Quero dança, quero canções
A nenhuma lágrima se permita cair
Não suporto lamentações

Quero alegria, quero piadas
Risos e felicidade
Antes comemorem honestamente minha partida
Que a lamentem em choros sem verdade

Quero docinhos, comida farta
Quero festa a valer
Comemorem amigos de fé
Já não estou entre vós a sofrer

E quando cessar o canto
Cessar o pranto e a despedida
Que só reste em seus corações
Os bons sentimentos que tive em vida

E quando lembrarem de mim
Que seja de sorrisos e traquinagens
Que lembrem o mais belo de meus tempos:
A velha infância das molecagens

Se me atenderem a estes pedidos
Pouco me importa que fim vá levar
Meu corpo morto, só casca vazia
Eu mesma estarei livre para voar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Um Grito

Que tome meu corpo a doença
Que tome minha mente a loucura
Ainda estarei muito longe
De meu tombo à sepultura

Que caiam dez mil à direita
E outros dez mil a meu lado
Ainda terão muito a esperar
Os que tem por meu fim esperado


Biquem-me as aves do céu
Destruam-me as pragas do mundo
Ainda assim decepcionarei
Os que querem meu corpo neste chão imundo

Venham ferir-me as espadas
Que cortem-me a frágil carne humana
Pois hei de ferir mais fundo meus inimigos
Vencendo-lhes a esperança mundana

Hei de mostrar que estou viva
Hei de provar que sou forte
Que atentem os meus inimigos
Pois longe de mim mora a morte

À minha derrota

A ti
Tu que me espreitas
Qual abutre faminto a espera de meus despojos

A ti
Tu que me observas
Aguardando-me o primeiro tropeço

A ti
Tu que me corrói a alma
Afundando-me na lama de meus próprios lamentos

A ti
Derrota minha
A ti meu desafio solene

Entre nós há duelo de morte
Há guerra sangrenta
Pela alma que em meu corpo habita

A ti
Deixo o aviso final
Entre nós duas
Vencerei eu

Atualmente

Meu pesadelo começa
No momento em que me levanto
A realidade me aborda como um corvo
De negras penas e temível canto

Um dia sem luz me espera
Repleto de dor lancinante

Encaminho-me para mais um dia
Como um corpo, um cadáver andante

São tantas as farpas da vida
Que já não mais me ferem
São tantos sofrimentos agendados
"Que façam fila e que me esperem"

As horas se arrastam agarradas
Aos ponteiros que recusam-se a andar
Os segundos se empilham lentamente
Em minutos que se esquecem de passar

Quando a cama me chama
Noutro tardio anoitecer
Deito-me já sem forças
Em instantâneo adormecer

E se pensas que enfim descansa e sonha
Esta alma cansada de sofrer
Digo-lhe que já não tenho sonhos
Pois já pesa-me muito o fardo de viver

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Monólogo de um Predador

Amedrontado pela noite, você caminha.
Eu sei que tem medo.
Posso senti-lo em sua respiração ofegante.
Posso vê-lo em seus passos rápidos.

Você sente-se observado.
Preciso tomar mais cuidado!
Se não silenciar meus passos,
Você acabará por perceber-me.

Sim. Tenho te observado.
Conto teus passos onde quer que vás.
Tenho caminhado contigo sempre
(Desde que o sol já nos tenha abandonado).

Hoje é a grande noite!
Vamos nos conhecer pessoalmente.
Um encontro de beleza incomensurável para mim.
Para você… Desconfortável, eu diria.

Espero que goste de mim,
Pois estarei sempre ao teu lado.
Teremos uma eternidade juntos,
Posto que, esta noite, te faço imortal.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Palavra

É cisma, sofisma, problema
É vida, vivida, é sistema
É morte, é corte, enfisema
Melodia, melancolia, é poema

É dor, é rancor, apatia
É mal, é normal, demasia
É tristeza, aspereza, é sangria
É amor, é fervor, é poesia

É verbo, é palavra, é direta
É cantada, é falada, é incerta
É medida, é cabida, encoberta
Engolida, é a voz do poeta

A palavra que une e separa
A melódica e triste palavra
A que voa e toca, a que mata
É somente, tristemente a palavra

A que fere, a que cura, regenera
A que traz realidade ou quimera
A que ama, odeia, exagera
Simplesmente a palavra é o que era

A que livra a folha do branco
A que quebra ou compõe o encanto
A que dá sentido ao canto
Ou que fica esquecida num canto

A palavra que ensina, que aprende
A palavra que nunca se entende
A palavra que tanto se estende
A palavra de cunho pungente

A palavra que traz o saber
A palavra que faz conhecer
Há tanta palavra pra ver
Que não há mais nada a dizer

Soneto de minh'alma

Você nunca olhou pra mim.
Eu sozinha a chorar.
Mil males a me rodear.
Eu sempre vivi assim.

Tu me abandonaste pequena.
Enclausurada em tua mente,
No fundo esquecida, ausente.
Tornei-me digna de pena.

Hoje me procuras aflita,
Traze-me novamente à superfície,
Dá-me, enfim, meu espaço.

Agora olhas para mim de repente,
Agora que tenho poder,
Sequer sei o que faço.