quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Atualmente

Meu pesadelo começa
No momento em que me levanto
A realidade me aborda como um corvo
De negras penas e temível canto

Um dia sem luz me espera
Repleto de dor lancinante

Encaminho-me para mais um dia
Como um corpo, um cadáver andante

São tantas as farpas da vida
Que já não mais me ferem
São tantos sofrimentos agendados
"Que façam fila e que me esperem"

As horas se arrastam agarradas
Aos ponteiros que recusam-se a andar
Os segundos se empilham lentamente
Em minutos que se esquecem de passar

Quando a cama me chama
Noutro tardio anoitecer
Deito-me já sem forças
Em instantâneo adormecer

E se pensas que enfim descansa e sonha
Esta alma cansada de sofrer
Digo-lhe que já não tenho sonhos
Pois já pesa-me muito o fardo de viver

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