domingo, 21 de dezembro de 2008

Meu vazio

Não há portas
Nem janelas
Não há ruas nem vielas
Corredores
Arredores
Não há nada...

Não há sonhos
Não há choro
Não há monstros nem estouros
Não há brigas
Nem palavras
Não há nada

Se calaram as cantigas
Foi-se embora o violeiro
Morreu a poesia
Cessaram as idéias
Secaram os rios
Morreram os peixes
Não há nada...

Emudeceu o riso
Fecharam-se os olhares
Migraram os pássaros canoros
Sumiu toda beleza
Apagaram-se as estrelas
Esconderam-se lua e sol
E não há nada...

Não há portas
Nem janelas
Não há ruas nem vielas
Sem saídas
Sem entradas
Não há nada

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para ela

Quando o teu sono se fizer leve
E as tuas dores se fizerem fortes
Eu quero ser a paz que te trás sonhos
A calma que te trás alívio

Quando tua saudade transbordar os olhos
e suas lágrimas molharem teu rosto
Eu quero ser o carinho que te seca as dores
A presença que te acalma a alma

Onde quer que você for eu quero ser o vento
Pra acarinhar seu rosto e cantar no seu ouvido

Onde quer que você estiver eu quero ser a luz
Pra iluminar o seu caminho e mostrar ao mundo o que é belo

Quando a vida se fizer difícil
e o caminho por muito tortuoso
Eu quero ser o ânimo que traz as forças pra continuar

Quando o tempo se fizer lento
E as horas forem eternidades
Eu quero ser a presença que te lembra que sempre é tempo para amar...

domingo, 5 de outubro de 2008

Falta

Ah se você soubesse...
Se soubesse a falta que você me faz
Que sem você os dias não são mais
Tão dias como eram antes

Ah se soubesse que a vida
Que a vida fica menos vida
Que o sol fica sem calor
E o mundo perde o encanto

Se soubesse que as cores perdem a cor
Que o céu fica cinza e vazio
Que o vento e a brisa se acabam
E a lua se esconde sem brilho

Se soubesse que as estrelas se apagam
Que os sonhos se perdem
Que os pássaros se calam
E as flores se fecham..

Se soubesse de todas as coisas
Se soubesse que todas as coisas
Que todas as coisas são você
Nunca mais faltaria-me a tua presença

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Meu Tempo

O tempo que espera...
Supera a barreira das horas...
Ultrapassa o limite do instante...
Faz longa união dos momentos


Faz tempo...

Faz tempo que intento encontrar-te
Findou o tempo de procurar-te
De mostrar-te em palavras os meus intentos


Mas tempo...

Tempo é minuto e segundo
E conta no tempo do mundo
O tempo de esperar o teu tempo


No vento

Na melodia do canto das folhas
Recosto-me tal qual os galhos
A mercê da tua brisa de escolhas
Até quando encontrares em ti


O meu tempo...

domingo, 3 de agosto de 2008

O que há

Há dias que em dias não comento
Atenta ao tormento
Que não quero viver

Há dias em que durmo pra esquecer

Há tempos em que o mais simples momento
Num instante de tortura
Faz meu corpo estremecer

Há tempos que desejo emudecer

Há sonhos que do sono fazem pranto
Que me tiram o pouco encanto
Do que pode ser sonhar

Há sonhos que não quero realizar

Há cantos que em sua melodia
Traduzem toda agonia
Que me pode machucar

Há cantos que não gosto de cantar

Há dores que de dores lancinantes
Fazem de poucos instantes
Eternidades pra chorar

Há dores que me podem estraçalhar

Manhãs em que acordo por acaso
E ando com tanto descaso
Que tento entender por que andar

Há dias em que não quero acordar

Um ar que fere o corpo em cada entrada
E minha boca machucada
Que pergunta por que respirar

Há dias que não quero nem pensar

Há dias em que choro tanto pranto
Que perco tantas lágrimas
Que pergunto por que continuar?

Há dias que já não quero chorar

Há dias que de olhar pra minha vida
Sinto e vejo tanta ferida
Que pergunto a Deus por que preciso ser

Há dias que simplesmente não quero viver

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Mundo Vazio

Vida louca
Mundo intenso
Corre o tempo
Cala o verso

Qual ferida
Dói-me a boca
Costurada
Triste, rouca

Cala-se o poeta
Morre a poesia
Sangram as notas
Cala-se a melodia

Para o mundo
Corre o tempo
Mata a vida
Seu intento

Pouco a pouco
Mundo morto
Mundo insosso
Sem talento

Pouco a pouco
Mundo torto
Mundo vago
Sem alento

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

"Não há distância debaixo do céu"

A vida não escolhe meios
Nem cria caminhos
Pra te encontrar

Ela conhece o momento

Meu amor não escolhe hora
Não irrita a mente
Nem ouve a pressa de enfim chegar

Por que ele entende

Minha mente não corre o mundo
Não põe empenho
Em te procurar

Por que é consciente

Minhas pernas não são velozes
Não correm léguas
Pra nos aproximar

Por que já não necessitam

Meus braços não estão aflitos
Não mais anseiam loucos
Por te abraçar

Por que já te sentem

Tudo em mim serena
Tudo em mim é paz
Por que tudo agora entende

Não estás

Tudo agora entende
Que mesmo longe
Mesmo não estando

Tu és.

E sendo
Simplesmente sendo
Tão somente por seres

Já naum precisas estar

Porque entendo
Que estando ambos
Debaixo do céu

Estamos sempre no mesmo lugar

Para minha Alma...