sábado, 15 de setembro de 2007

Deixa-me

Pois de uma vez
Vai-te!
Abandona este corpo que não mais te pertence
Deixa para trás este invólucro pesado que um dia te conteve
Vai-te!
Esquece-te, pois, de que um dia habitaste estas vestes mundanas
Deixa-me e parte de uma só vez
Por que é chegado o momento de voar
É chegado o momento de usar as asas que há muito espremeste dentro desta gaiola de ossos e carne
É tempo de verdes de que tua essência é realmente capaz...
A mim?
Dá-me apenas uma caixa de madeira
E um negro e escuro canto de terra
Dá-me apenas onde descansar os ossos senis que te carregaram cativa tantos anos
Dá-me apenas a consideração de algumas flores
Dá-me apenas o último adeus
Depois te vai e me deixes para nunca mais voltares
Por que não mais estarei a esperar por ti.

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