sábado, 15 de setembro de 2007

Parasita

Ah... Criatura maldita...
Ignóbil e mórbido corpo frio a deitar-se cada dia ao lado de novo hospedeiro
Insosso serzinho imbecil de pouca inteligência e muito disfarce
Insípido, corrupto, inerte cérebro pouco pensante e muito falante

De que adiantam teus olhos?
Tão belas janelas de tua alma podre
Qual margens de um rio poluído por tua própria ignorância e estupidez

De que adianta tua beleza?
Tão doce expressão, tão bela
Face enganadora que esconde o monstro que tens dentro de ti

De que adiantam tuas palavras?
Tão doce melodia vazia
Abstersas de verdade ou virtude de qualquer espécie...

De que adianta teu calor?
Corpo quente de movimentos leves
Macios carinhos entorpecedores da mente sã
Carinhos que cegam os olhos curiosos a aproximarem-se de tua verdadeira face

Tu que te dizes tudo
Tu que te mostras perfeito
Tu que te enches de virtudes e inunda o olhar leigo e inocente com imagens de ternura e magnificência

Tu és nada
És alma pútrida descartada
És apenas fonte inesgotável
Dos detritos que exalas

Quem dera a manhã te fechasse os olhos
Ao invés de dar-lhe a chance de abrí-los
Quem dera o sol se cansasse da tua face mesquinha
Tanto quanto se cansaram dela os meus olhos
Quem dera a vida se enojasse do teu corpo
Tanto quanto se enojaram as mãos que o tocaram
Quem dera ela te abandonasse
Livrando o mundo de tua funesta presença


Para sempre lembrar-me de ti e das tuas falcatruas.

Para que eu nunca me esqueça do que tu me fizeste e de quem tu és, por que outras que aqui venham podem não entender meu alerta, mas tu e eu entendemos o que aqui escrevi...
Eu venci o vazio de teus olhos...
Eu quebrei uma a uma as tuas máscaras...
Eu revelei teu verdadeiro rosto. Tu o sabes e para mim isto basta.
Posso arrepender-me da caçada, meu caro, mas sabes que fui bom predador. Eis aí o objetivo final: máscaras quebradas, teu rosto é vazio tanto quanto tua alma.

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