sábado, 29 de setembro de 2007

Melancolia

O poeta morreu!
Por que não fui eu?
Por que poupa-me a morte
Quando lhe anseio pelo beijo?

O poeta se foi!
Quisera eu ter ido em seu lugar
Mas nega-me a morte
Meu mais forte desejo

Assassinado!
Pois o tiro a queima roupa
Que calou tão bela voz
Por que não atendeu ao chamado de meu peito?

Está enterrado!
Triste fim que todo vivo rejeita
Por que não recai sobre mim
Já que serias bem vindo a meu coração desfeito

Calou-se seu pranto!
No entanto ainda choro
A pedir pelo fim ligeiro
Deste peito dilacerado

Fechou-se seu sorriso!
Pois o meu foi há muito perdido
Como também já se foi a alma
Por trás deste meu rosto encenado

Libertou-se bela alma!
Sorte a dela
Por que a minha ainda jaz presa
A meus grilhões de carne e osso

Subiu aos céus!
Que seja feliz
Por que a mim "inda" espera a vida
Ah... Este inferno terrivelmente insosso

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