segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Confissão

Caminho
Em largos passos perdidos num vale de lamúrias e tristezas
Me perco. Entre lágrimas definho.
Vislumbro meus mais belos sonhos desfeitos em quadros de incertezas

Te amo
E amo e amo e como destruo os pulmões a gritar que te quero
E grito, em meus gritos te chamo
E choro minhas lágrimas de sangue ao ver que sozinha te espero

Eu corro
No caminho que antes trilhava entre passos de paz e calmaria
Tropeço, caio, quase morro
Entre as pedras que povoam aos montes meu caminho de agonia

Me jogo
Salto num salto, num pulo suicida, para morte em meu abismo profundo
Tão fundo, inundado, me afogo
Me deixo perder, afundar. Neste lago de minhas próprias lágrimas deixo meu mundo

Desespero
Grito em meu grito silencioso travado no fundo da garganta rasgada, corroída
Contenho minha voz, escondendo o desejo sincero
Desejo que come, machuca, repica esta minha alma despida, destruída

Eu choro
Por dentro minh'alma debulha-se em lágrimas e soluços desesperados de tristeza e, no entanto
Sorrio. Por fora sorrio e coro
Mostrando-te apenas minha fraqueza e o quanto me dominas ao passar com todo teu encanto

Te vejo
É tua visão que mantém vivo e batendo este meu coração cansado, exângüe
Teu rosto, teu cheiro, um lampejo
Tua imagem é o pálido e longínquo objetivo que ainda mantém correndo em minhas veias meu ralo sangue

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