terça-feira, 6 de novembro de 2007

Fogo

Lamento de triste agonia
Atravessa o frio da noite
Carregando a melancolia
Da dor que te é por açoite

Um grito de dor aparente
Um uivo de eco distante
Na alma a tristeza latente
No peito uma dor lancinante

Tua voz perdida no vento
Vem fustigar-me os ouvidos distraídos
Corta-me bruscamente o pensamento
O teu lamento pelos lares destruídos

Saio a buscar na floresta escurecida
Que animal tristemente uiva assim
Encontro tua face entristecida
Gritando tua dor ao universo sem fim

Lobo guardião das florestas e matas
Lamentas o desastre a te cercar
Os gritos das árvores vêm como vergastas
Teu coração atormentado flagelar

No fogo tantas folhas se consomem
Posso ouvir toda madeira a estalar
Conseqüências de atos desse bicho homem
Expandindo seu espaço sem pensar

Teus olhos expressivos tudo falam
Nem precisas o teu uivo continuar
E a fumaça que estas chamas muito exalam
Já nos começa a ambos sufocar

Nada posso contra o fogo já extenso
E sozinha sei que pouco posso salvar
Mas entendo o sofrimento tão intenso
Que teu coração pra sempre há de carregar

Foge para longe lobo triste
Foge deste fogo tão fatal
Foge, que lugar ainda existe
Onde não encontres tão fatídico final

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