quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Duelo

Ah Amor
Contra ti tenho lutado por toda minha vida
Chamam-te sublime, mas conheço-te bem
És o pior dos rivais que pode ter o homem

Feriste minh’alma
Até que nela não habitasse nada além de dor
Lançaste sobre mim tua companheira e maldição
E como cão sarnento, lazarenta, a solidão me morde

Persisti
E ante minha vontade de viver, te enraiveceste
Jogaste ainda mais de tua fúria em meu corpo exangue
Até que meus joelhos se dobrassem, feridos pelo árido de teu chão

Dobraste-me
Sobre meu próprio corpo fizeste-me cair exausto
E mesmo em meus suspiros finais esforço-me
Para ainda não deixar-te invadir-me o peito destruído

Chega meu fim
Por tuas mãos ditas bondosas sei que morrerei
Mas quando cravar-me o peito a tua lâmina de morte
Vencer-te-ei morrendo antes que me invadas

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