segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Poetisa

Castigo minha alma e meu corpo num constante pesar infinito
Noites e noites a fio não durmo
Olho e observo fria, o expressar de meu espírito aflito.
Para o seu desespero evidente, não ligo, eu assumo.

Olhos abertos para o mundo a enxergar o nascer e o pôr do sol
Letras, palavras, frases e páginas espalhadas sobre a cama desarrumada
Entranhas adentro alguns sanduíches, café manchando o lençol
O corpo há dias acordado ouvindo a alma desvairada

Sombrias escrituras maculadas de lamentos, dor e sofrer
Sentimentos que há tempos me acompanham macerando aos poucos minha mente
O corpo, como em transe, continua a escrever
O espírito grita desesperado em face do torpor iminente

Há tempos o sono eterno me ronda
Enquanto me abandona o sono simples e o sonhar
Logo a morte chegará como uma onda
Para este corpo exangue e sem forças afogar

Mas enquanto o fim definitivo ainda me evita
E a mente, intrínseca e freneticamente, continua a trabalhar
Faço ouvidos moucos ao que, louca, a alma grita
Mais e mais páginas continuo a empilhar

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