Sinto no frio do vento,
A se espalharem pelas folhas,
As gotas da chuva por vir
Molham-me a face tristonha
Misturam-se às lágrimas
Que me cobrem o rosto a chorar
Vejo o clarão dos relâmpagos
E ouço voar pelo céu
O som dos trovões
Som como gritos das nuvens
Juntando-se ao meu grito
Em um coro de tristeza e rancor
Vejo romperem-se os céus
A derramar sobre a terra
Uma chuva torrente de dor
Chuva que lava do solo
As impurezas do homem
Como quem limpa feridas
Chuva que como meu pranto
Lamenta a tristeza do mundo
Ante a devastação que o consome
Chora a natureza em chuva
Choro eu em lágrimas
Pelo mesmo maldito bicho homem.
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